O senso comum dita que pessoas com deficiência são menos capazes de executar uma mesma atividade que uma pessoa sem deficiência. Tal fantasia coletiva prejudica a inserção das pessoas que são alvo desse preconceito no meio social, como por exemplo, deixando essas pessoas como última escolha em processos seletivos de emprego ou ensino.
A falta de inclusão também as afeta em atividades rotineiras, seja assistir um programa que não possui legendas/ tradução para libras ou áudio descrição, atravessar uma rua sem a certeza de ter uma calçada rebaixada para cadeirantes, ou alcançar um orelhão no caso de pessoas com nanismo.
Pessoas que não possuem deficiências não sentem falta desses acessos, e quando tem contato pela primeira vez, tendem a sentir um estranhamento, geralmente sequer sabendo a necessidade dessas adições. Todos esses fatores representam como nossa sociedade não compartilha das mesmas oportunidades e acessibilidades com todas as pessoas que engloba, o que afeta diretamente na saúde mental e desenvolvimento de quem não dispõe desses direitos.
A pouca aceitação da sociedade com pessoas com deficiência é o que provoca a dificuldade (mas não impossibilidade) delas exercerem as mesmas atividades que as pessoas que não portam alguma deficiência. No entanto, há outras formas que desenvolveram para fazer uma ponte que conecte essas pessoas novamente ao meio social, como por meio dos esportes e expressões artísticas (embora focarei mais no quesito esporte, o mesmo vale para as expressões artísticas também).
O esporte além de trabalhar o físico, possibilitando uma vida mais sadia e vigor, também trabalha a conexão entre pessoas, seja com colegas que estão participando daquela mesma atividade, como também com a pessoa que está ensinando. Ter atividades e gostos em comum com outras pessoas é um fator que facilita a socialização entre elas. Os esportes e atividades físicas em geral podem gerar uma cadeia de benefícios, que vão de manutenção da saúde mental (como a conquista da autoestima por sentir-se capaz de fazer tal atividade e sentir-se incluído em algo) até o
desenvolvimento do intelecto e funções motoras.
Nesse período de quarentena, atividades físicas como natação, caminhadas/corridas, futebol, basquete, tênis e dentre outros esportes adaptados que precisam de um espaço maior para serem
feitos – que inclusive a ONG Universidade Livre do Esporte disponibiliza, como os projetos Tênis Inclusivo e Tênis em Cadeira de Rodas –, a melhor escolha é readaptar a rotina de exercícios para que possam ser executados em qualquer lugar da sua casa. Há atividades físicas como musculação, yoga, e alongamento que são excelentes formas de manutenção da saúde física e mental.
A musculação pode ser feita, por exemplo, com garrafas ou sacos que sirvam de pesos, enquanto yoga e o alongamento serão necessários apenas de um lugar confortável, concentração e em algum movimentos talvez uma ajuda amiga se achar necessário. Manter a atividade física na vida das pessoas com deficiência é essencial para seus desenvolvimentos, seja motora, física, mental, intelectual ou simplesmente todos juntos. Para pessoas com síndrome de down ou autismo, exercícios como o yoga pode exercitar muito seus sentidos e coordenação motora. A ONG
Universidade Livre do Esporte também possui o projeto Reviva Online, com opções de aulas gratuitas de exercícios (alongamento, treino funcional para lutas e pilates), que são boas práticas para se manter no dia a dia mesmo após a quarentena. Abaixo seguem outros links para mais opções de atividades físicas adaptadas: Ginástica em casa para pessoas com lesão medular,
Treinamento para Cadeirantes, Prática de Yoga na Cadeira, Yoga para Deficientes.
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